quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


 

                                                                

RÉQUIEM

EU ESTOU QUASE INDO
OU VAI VER JÁ ESTOU VINDO
MINTO, NADA SEI DE MIM,
ELA ME TEM O TEMPO TODO
COM A CORDA NO PESCOÇO
ME ALMOÇA NO ALMOÇO
POBRE TOLO QUE EU SOU.
E VOU SENDO TODO DELA
SEUS OLHOS MINHA JANELA
MINHA VIDA VINDA DELA
POBRE, POBRE DE MIM.
ME CATIVOU QUE NEM UMA FERA
FEZ DO SEU CORPO MINHA CELA
E EU, E EU PRECISO TANTO DELA
QUE JÁ NEM SEI SE NESSA TERRA
ALGUÉM SE DEU TANTO ASSIM.


 Música de Fred Magalhães e Jackson Cunha   

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014






              Colheita do acaso                                                        
Sou Mao, sou mão, sou cacho.
Colheita do acaso, arroz do teu casamento,          
sou facho, lenha e compasso,
o charco da tua plantação.
Dor de antemão, arte marcial!


Sou o peão que gira a tua volta,
pau de resposta, solidão...vida torta!


Passo de semblante em semblante
e o barulho perdido no horizonte...
Não se sabe a inquietação da luxúria
e o esplendor da riqueza!
Viro simples diamante!


Se tu és do dia, amante,
nem percebes a solidez
com que se passa adiante!



Fred Magalhães e Jú Mangaba








                    

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

DESORDEM                                                                




A luz que acende

                      arde a palpebra
 penumbra
                            na
           madrugada

      leitura       de             acasos
sussurros   
               escondidos    no
  fundo
                   do      ouvido

             feridas
  fingidas           de
                                   mortas

Fred Magalhães
     140910

                                                                    RÍTMO               


Na sofregidão do meu quarto,
vejo o horizonte na minha sala,
o sol se por no meu banheiro,
a lua se quebrar no que é espelho

Na noite anunciada,
trio elétrico e timbalada,
samba, jazz e disparada.

Eu rio e vc...mar é.
Batuque de candomblé,
samba na palma da mão
Cifra do meu coração

Chão de estrelas no assoalho,
Partido alto, a dança e o salto,
Sou  soprano em seu contralto
Três apitos, dueto, música clássica,
o que sai de sua boca é batucada,
És a corda da viola
a partitura dessa casa.




Fred Magalhães 03/01/11

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

  NOITE

TÔ achando a noite mais Iron do que Veloso,
Mais Maiden do que Genival Lacerda,
Mais beira de estrada do que pousada,
Mais espeto do que salada.

Traz noite na sua enxurrada,
Os Seus becos, seus botecos.
Em qualquer encruzilhada,
Mão dupla é fogo cruzado.


Cai noite, de balão ou de queda,
Desmaia no balaio das incertezas,
Agonizante ou vertigem
A roupa que tú vestes
Tem a cor das minhas vestes.

Morre noite num último soluço,
Em rock ou tom absoluto,
O beijo que tú cobras
Tem o gosto de calabouço.

     Fred Magalhães 14/06/13


domingo, 5 de janeiro de 2014

A cor do amor


 

Gosto é gosto, melhor que o desgosto em qualquer cor.
Saudade é saudade, melhor do que aquela que passa ao largo
é a que se estreita nas vielas do nosso amor.
Beijo é beijo, o que não te dei tá morto,
O outro que vem, tem a eternidade do seu batom,
A ferida cicatriza e as marcas você apaga!
Mar é certeza, o sol abrasa,
O amor sem causa não tem a cara morena!


                                                                                                                                      

                                                                                                                                      Fred Magalhães
                                                                                                                                        11/09/13
ESTAÇÕES






 Sonâmbula noite tirando o meu sono, 

 de que beco escuro tu és,
As vezes sozinho, outras outono,
Raro primavera, que sonhos me espera?




Verão quase não sei, porto e espera,
âncora na aurora, minha cama no cais.
Prevejo a partida, minha alma doida,
estendida em sóis.


  Esssa dor alargada, em redes bordadas,
 algas dormidas em extensos lençóis.
O vento anuncia em triste melodia,
corais dos seus olhos pingando em sais

 Fred Magalhães  22/09/11
IGNÓBIL



se eu chamar por voce

não venha

minha senha é a dor

é meu cartão de visitas

porque minha casa é fria

de móveis pregados ao chão.

minha verdadeira agonia

é que me extingo

por trás das cortinas

debaixo do tapete

nesse maldito lar.

cheios de azuis que parecem pardo

de amores que parecem fardos

e de canções

que nunca aprenderei a cantar.

O que faço dos meus braços aleijados?

O que peço com minhas mãos vadias?

só que eu os perdoe;

 a todos aqueles

que não puderam me amar.


FRED MAGALHÃES/JACKSON CUNHA
MUSICADO POR DAY MASCARENHAS

                     ANOS 80