DOR
A dor do corte já não sentes,
pior é a lâmina cega,
afiando a sua mágoa,
O fim do mundo é tão perto,
decerto encrustado,
Na pele em que seu corpo habita.
Quase nunca amanhece,
No tom escuro de seu quarto
o amor padece e não fica,
quando sim, vagando morto,
em seus cadernos
Fred Magalhães
02/05/2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
sábado, 31 de maio de 2014
A madrugada dorme.
em seu leito de estrelas,
Outrora menina, agora senhora,
Lânguida e lasciva,
dizendo-se pernas e coxas.
A madrugada agoniza,
entre o prazer e a abstinência,
entre o rufar do seu gôzo,
em penitência do outro,
(em terços de desgosto).
A madrugada amanhece, dizendo-se dia,
Mostrando as suas marcas,
Em painéis de feridas...abertas.
Fred Magalhães
01/04/14
domingo, 25 de maio de 2014
CHEIRO
Tarde chuvosa, fogo de lenha,
Minha tia na cozinha, Muritiba,
O recôncavo na lembrança,
O cheiro fazendo poesia, nas minhas narinas
Lá fora ainda tem feira,
o povo da roça hoje saiu
carregando a sua vida nos balaios
Dona Etelvina tem rima.
Tia Alcida aprendeu com as negras da fazenda,
De meu avô João, cabeça tão branca,
Que parecia uma pontinha do céu,
Igual aos lençóis alvos de minha avô Lucila .
O cheiro invade a sala, quartos e vizinhança
Hoje teve matança, de boi e carneiro,
É mininico menino, tú já comeu?
Vem provar, omequá!
Cheiros que não se esquecem,
O abraço dela, cheirando a charuto,
a sua saia branca, beijando seus pés
os seus olhos marejados, de luto!
FRED MAGALHÃES
24/05/14
Tarde chuvosa, fogo de lenha,
Minha tia na cozinha, Muritiba,
O recôncavo na lembrança,
O cheiro fazendo poesia, nas minhas narinas
Lá fora ainda tem feira,
o povo da roça hoje saiu
carregando a sua vida nos balaios
Dona Etelvina tem rima.
Tia Alcida aprendeu com as negras da fazenda,
De meu avô João, cabeça tão branca,
Que parecia uma pontinha do céu,
Igual aos lençóis alvos de minha avô Lucila .
O cheiro invade a sala, quartos e vizinhança
Hoje teve matança, de boi e carneiro,
É mininico menino, tú já comeu?
Vem provar, omequá!
Cheiros que não se esquecem,
O abraço dela, cheirando a charuto,
a sua saia branca, beijando seus pés
os seus olhos marejados, de luto!
FRED MAGALHÃES
24/05/14
sábado, 17 de maio de 2014
AMOR EM COMPRESSAS
Tá assim, meio sem fim,
Abismo de começo,
Madrigal de lágrimas,
Regando nosso tropeço.
Foi quase eterno,
Bodas de promessas,
A grinalda do amor,
O prazer em compressas.
A química de luto,
A cama arruinada.
o cheiro da saudade,
A morte anunciada.
Tá assim, a lua se escondendo,
A canção ficando muda,
Seu beijo na moldura,
A dor ficando escura.
Fred Magalhães
16/05/14
Tá assim, meio sem fim,
Abismo de começo,
Madrigal de lágrimas,
Regando nosso tropeço.
Foi quase eterno,
Bodas de promessas,
A grinalda do amor,
O prazer em compressas.
A química de luto,
A cama arruinada.
o cheiro da saudade,
A morte anunciada.
Tá assim, a lua se escondendo,
A canção ficando muda,
Seu beijo na moldura,
A dor ficando escura.
Fred Magalhães
16/05/14
O TOM DE VOCÊ
Pétala escondida, caminho com vista,
Corpo estendido, bailarina.
Riso no olhar, o mundo nos lábios,
Prazer em erupção, contorcionista.
Pétala escondida, caminho com vista,
Corpo estendido, bailarina.
Riso no olhar, o mundo nos lábios,
Prazer em erupção, contorcionista.
De noite, o prenúncio,
Vagalumes tontos em volta da cama.
Mulher em sua forma plena.
Gemidos e beijo, ancoradouro.
O dia amanhece, sem pressa,
Somos donos do mundo, até fizemos promessa,
Prá qualquer santo, são tantos!
Amor eterno, eterna primavera...
É sempre tempo para te amar,
A vertigem em seu cheiro de mar,
Dona do meu prazer, dos meus suspiros,
Duvido que tenha fim!
Assim parece enrêdo,
Sem fim nem começo,
Seus seios, seu meio, centelha!
Personagens escolhidos a dedo!
Fred Magalhães
16/05/14
Vagalumes tontos em volta da cama.
Mulher em sua forma plena.
Gemidos e beijo, ancoradouro.
O dia amanhece, sem pressa,
Somos donos do mundo, até fizemos promessa,
Prá qualquer santo, são tantos!
Amor eterno, eterna primavera...
É sempre tempo para te amar,
A vertigem em seu cheiro de mar,
Dona do meu prazer, dos meus suspiros,
Duvido que tenha fim!
Assim parece enrêdo,
Sem fim nem começo,
Seus seios, seu meio, centelha!
Personagens escolhidos a dedo!
Fred Magalhães
16/05/14
segunda-feira, 10 de março de 2014
MEU MAR.
Cresci dentro dele, ao redor, revirando suas pedras, roubando seus ventos, o sol na minha pele, me fazendo moreno, me fazendo bonito, erguendo meus mastros de sonhos. Mesmo quando meu leme tava troncho eu ia, singrando suas águas, abrindo os talhos, caminhos de mágoas, desmanchando em corais, bordados de lágrimas.
Fred Magalhães 10/03/14
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
RÉQUIEM
EU ESTOU QUASE INDO
OU VAI VER JÁ ESTOU VINDO
MINTO, NADA SEI DE MIM,
ELA ME TEM O TEMPO TODO
COM A CORDA NO PESCOÇO
ME ALMOÇA NO ALMOÇO
POBRE TOLO QUE EU SOU.
E VOU SENDO TODO DELA
SEUS OLHOS MINHA JANELA
MINHA VIDA VINDA DELA
POBRE, POBRE DE MIM.
ME CATIVOU QUE NEM UMA FERA
FEZ DO SEU CORPO MINHA CELA
E EU, E EU PRECISO TANTO DELA
QUE JÁ NEM SEI SE NESSA TERRA
ALGUÉM SE DEU TANTO ASSIM.
Música de Fred Magalhães e Jackson Cunha
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Colheita do acaso
Sou Mao, sou mão, sou cacho.Colheita do acaso, arroz do teu casamento,sou facho, lenha e compasso,o charco da tua plantação.Dor de antemão, arte marcial!Sou o peão que gira a tua volta,pau de resposta, solidão...vida torta!Passo de semblante em semblantee o barulho perdido no horizonte...Não se sabe a inquietação da luxúriae o esplendor da riqueza!Viro simples diamante!Se tu és do dia, amante,nem percebes a solidezcom que se passa adiante!
Fred Magalhães e Jú Mangaba
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
RÍTMO
Na sofregidão do meu quarto,
vejo o horizonte na minha sala,
o sol se por no meu banheiro,
a lua se quebrar no que é espelho
Na noite anunciada,
trio elétrico e timbalada,
samba, jazz e disparada.
Eu rio e vc...mar é.
Batuque de candomblé,
samba na palma da mão
Cifra do meu coração
Chão de estrelas no assoalho,
Partido alto, a dança e o salto,
Sou soprano em seu contralto
Três apitos, dueto, música clássica,
o que sai de sua boca é batucada,
És a corda da viola
a partitura dessa casa.
Na sofregidão do meu quarto,
vejo o horizonte na minha sala,
o sol se por no meu banheiro,
a lua se quebrar no que é espelho
Na noite anunciada,
trio elétrico e timbalada,
samba, jazz e disparada.
Eu rio e vc...mar é.
Batuque de candomblé,
samba na palma da mão
Cifra do meu coração
Chão de estrelas no assoalho,
Partido alto, a dança e o salto,
Sou soprano em seu contralto
Três apitos, dueto, música clássica,
o que sai de sua boca é batucada,
És a corda da viola
a partitura dessa casa.
Fred Magalhães 03/01/11
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
NOITE
TÔ achando a noite mais Iron do que Veloso,
Mais Maiden do que Genival Lacerda,
Mais beira de estrada do que pousada,
Traz noite na sua enxurrada,
Os Seus becos, seus botecos.
Em qualquer encruzilhada,
Mão dupla é fogo cruzado.
Cai noite, de balão ou de queda,
Desmaia no balaio das incertezas,
Agonizante ou vertigem
A roupa que tú vestes
Tem a cor das minhas vestes.
Morre noite num último soluço,
Em rock ou tom absoluto,
O beijo que tú cobras
Tem o gosto de calabouço.
Fred Magalhães 14/06/13
TÔ achando a noite mais Iron do que Veloso,
Mais Maiden do que Genival Lacerda,
Mais beira de estrada do que pousada,
Mais espeto do que salada.
Traz noite na sua enxurrada,
Os Seus becos, seus botecos.
Em qualquer encruzilhada,
Mão dupla é fogo cruzado.
Cai noite, de balão ou de queda,
Desmaia no balaio das incertezas,
Agonizante ou vertigem
A roupa que tú vestes
Tem a cor das minhas vestes.
Morre noite num último soluço,
Em rock ou tom absoluto,
O beijo que tú cobras
Tem o gosto de calabouço.
Fred Magalhães 14/06/13
domingo, 5 de janeiro de 2014
Gosto é gosto, melhor que o desgosto em qualquer cor.
Saudade é saudade, melhor do que aquela que passa ao largo
é a que se estreita nas vielas do nosso amor.
Beijo é beijo, o que não te dei tá morto,
O outro que vem, tem a eternidade do seu batom,
A ferida cicatriza e as marcas você apaga!
Mar é certeza, o sol abrasa,
O amor sem causa não tem a cara morena!
Fred Magalhães
11/09/13
ESTAÇÕES
Sonâmbula noite tirando o meu sono,
de que beco escuro tu és,
As vezes sozinho, outras outono,
Raro primavera, que sonhos me espera?
Verão quase não sei, porto e espera,
âncora na aurora, minha cama no cais.
Prevejo a partida, minha alma doida,estendida em sóis.
Esssa dor alargada, em redes bordadas,
algas dormidas em extensos lençóis.
O vento anuncia em triste melodia,
corais dos seus olhos pingando em sais
Fred Magalhães 22/09/11
IGNÓBIL
se eu chamar por voce
não venha
minha senha é a dor
é meu cartão de visitas
porque minha casa é fria
de móveis pregados ao chão.
minha verdadeira agonia
é que me extingo
por trás das cortinas
debaixo do tapete
nesse maldito lar.
cheios de azuis que parecem pardo
de amores que parecem fardos
e de canções
que nunca aprenderei a cantar.
O que faço dos meus braços aleijados?
O que peço com minhas mãos vadias?
só que eu os perdoe;
a todos aqueles
que não puderam me amar.
FRED MAGALHÃES/JACKSON CUNHA
MUSICADO POR DAY MASCARENHAS
ANOS 80
se eu chamar por voce
não venha
minha senha é a dor
é meu cartão de visitas
porque minha casa é fria
de móveis pregados ao chão.
minha verdadeira agonia
é que me extingo
por trás das cortinas
debaixo do tapete
nesse maldito lar.
cheios de azuis que parecem pardo
de amores que parecem fardos
e de canções
que nunca aprenderei a cantar.
O que faço dos meus braços aleijados?
O que peço com minhas mãos vadias?
só que eu os perdoe;
a todos aqueles
que não puderam me amar.
FRED MAGALHÃES/JACKSON CUNHA
MUSICADO POR DAY MASCARENHAS
ANOS 80
Assinar:
Postagens (Atom)